Prazer em receber

Grandes eventos fizeram parte da minha vida profissional, mas o que eu gosto mesmo é de reunir amigos em volta da mesa. O clima de intimidade gera conversas que fluem melhor. Gosto muito de tudo que acontece nessas ocasiões, e meus encontros têm em geral um mesmo número – oito –, o que cabe perfeitamente na minha mesa quadrada.

Chego a levar até cinco dias pensando nos detalhes do jantar. E vibro com cada um dos preparativos. O antes é tão ou mais prazeroso que o dia. É uma maneira também de organizar minhas louças e acessórios de mesa – algo que eu amo! Faço um checklist das etapas e de tudo que vou precisar para o meu pequeno, mas importantíssimo jantar.

Escolho os convidados, penso no melhor horário, dependendo do dia da semana. E ao convidar, aviso que o jantar é sentado, porque isso é um detalhe importante para que todos cheguem no mesmo horário.

Que tal usar seus jogos americanos grandes (40X35cm) invertidos para compor melhor a mesa?

Decido o cardápio, as travessas, toalhas, guardanapos, copos, velas (minha paixão). Faço o mapeamento das travessas que irão para a mesa, marco embaixo de cada uma o que vai ser servido e fotografo. Deixo todo esse “script” na cozinha.

As travessas têm etiquetinhas embaixo marcando o alimento que irão servir

Esse mapeamento de mesa é excelente para garantir que as auxiliares consigam ter autonomia e eu fique liberada para dar atenção aos amigos. Se estou homenageando alguém, ainda nomeio os lugares, pensando sempre em quem deveria estar mais próximo do meu convidado especial.

Mesa pronta!

Como vocês percebem, sou a mulher dos detalhes e eles, claro, chegam à decoração do ambiente. Adoro flores e plantas – minhas preferidas – e faço questão de fazer meus arranjos, combinando cores e aromas (aliás cuidado com eles).

Simplicidade no arranho de orquídeas plantadas no vazinho de barro

Muitas vezes compartilho com os amigos os meus sabores da infância e da culinária libanesa. E sempre tomo cuidado de ter itens para atender quem tem restrição alimentar, por exemplo, o tabule tradicionalmente preparado com trigo eu faço com quinoa. E sempre sirvo frutas na hora da sobremesa para atender aqueles que não podem ou não querem comer açúcar – uma pena porque os doces libaneses são maravilhosos.

Achou que é muito trabalho? Sem dúvida demanda tempo, mas é um tempo de carinho e prazer que só me enche de alegria. Por muitos anos, minha rotina no trabalho reduziu essas oportunidades ao redor da mesa a eventos de família ou ocasiões muito especiais. Hoje entendo o valor de encontrar amigos, abrir a minha casa e resgatar um pouco do que aprendi com a minha mãe, e com as minhas tradições familiares.